O ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM) falou ontem sobre ter sido mencionado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL) para comandar, na Bahia, o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. “Agradeço a ele as palavras e a atenção dispensada à minha pessoa. Sempre fui aberto ao diálogo e sempre continuarei dialogando”, disse o democrata, dando a entender que é simpático à ideia.
Na noite de quinta-feira (5), Flávio esteve em Salvador, onde participou da 30ª Convenção Anual da Ademi-BA. Em entrevista à imprensa, ele afirmou que chegou a conversar com Zé Ronaldo, de quem teria tido uma “impressão muito boa”. “Zé Ronaldo tem uma posição bastante consolidada mais à direita. Estamos na fase de conversar apenas”, disse o senador.
No entanto, comenta-se nos bastidores que os vereadores de Salvador Cezar Leite (PSDB) e Alexandre Aleluia (DEM) se articulam para assumir o posto. Os dois trabalharão intensamente para colher as assinaturas suficientes para que o Tribunal Superior Eleitoral valide a legenda no prazo até o próximo pleito. Os edis, inclusive, viajaram para Brasília e se reuniram com o deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para tratar do assunto.
O ato de lançamento da sigla aconteceu em um hotel de Brasília e reuniu diversos apoiadores, que lotaram a capacidade do local. Também estiveram presentes os deputados estaduais Talita Oliveira e Capitão Alden, que também pretendem trabalhar pela sigla. Segundo foi apurado, no entanto, a dupla é vista com desconfiança. “Os deputados estaduais não passam confiança à nacional”, relata uma fonte ligada aos parlamentares baianos.
Segundo a reportagem apurou nos bastidores, há certa cautela dos bolsonaristas na formação dos diretórios estaduais desta vez. Eles querem evitar o que os mesmos problemas registrados no PSL da Bahia, comandado pela deputada federal Dayane Pimentel (PSL) e pelo secretário Alberto Pimentel. Os dois, aliás, estão rompidos com o Palácio do Planalto.
Procurado para comentar as articulações, Cezar negou que haja qualquer acordo para assumir o partido e que a reunião foi apenas um encontro para Eduardo Bolsonaro passar orientações e as primeiras diretrizes da legenda. “Fui a Brasília para saber mais sobre o partido, como está sendo montado e organizado e qual a ideia geral. Aleluia veio comigo, assim como vários outros políticos. Foi uma conversa”.