O Republicanos pode ter caído numa cilada ao ter ingressado no chamado “Centrinho” da Câmara Municipal de Salvador, grupo de partidos na Casa que, à semelhança do Centrão na Câmara dos Deputados, quer ocupar todos os espaços que encontra pela frente na área municipal.
A avaliação foi feita ontem por um destacado membro da Igreja Universal do Reino de Deus, dona do partido no país, ao avaliar a movimentação das siglas que compõem a base do prefeito ACM Neto pela indicação da vice do pré-candidato Bruno Reis (DEM).
Em sua análise, o partido pecou ao não prever que, juntando-se a PTB, SD, MDB e PSC, teria que compartilhar a indicação para a chapa do democrata ou mesmo à presidência da Câmara Municipal de Salvador, perdendo o direito de pleitear os espaços de forma individual.
Segundo ele, os sinais tanto do Palácio Thomé de Souza quanto dos demais partidos da base são no sentido de que, unidas, as siglas do Centrinho terão que escolher entre fazer o sucessor do vereador Geraldo Jr. (MDB) na presidência do Legislativo municipal ou disputar a vice de Bruno.
“Realmente, vai ficar difícil achar que o Centrinho ou o Bloquinho ou como você o chame, integrado por cinco partidos dos 12 que formam a base, ocupe os dois espaços”, afirma a liderança, que já atuou no campo da política partidária e hoje funciona como um consultor da legenda na Bahia.
Ele também reconhece que o maior concorrente do Centrinho hoje é o PDT, já que abriga nomes como o da ex-secretária municipal de Ação Social, Ana Paula, considerada a preferida para vice tanto por Bruno quanto pelo prefeito de Salvador.
E admite que, pelo jogo que se desenha no campo municipal, parece claro que o partido liderado na Bahia pelo deputado federal Félix Mendonça Jr. chega com força na disputa, impondo uma clara divisão com o Centrinho por quem vai disputar a vice e a presidência da Câmara.
“Está à vista de todos: o Centrinho não terá condições de ocupar os dois espaços, apesar de reunir cinco partidos. Ou fica com a vice ou com a presidência. É o mesmo para o PDT”, afirma, alegando que, para tornar legítima a disputa por um dos dois espaços, o Republicanos teria que deixar do Centrinho.