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Ao evitar ser confrontado pela imprensa, Rui precisa ponderar pecha de soberba

 

O governador Rui Costa (PT) optou por não participar da série de entrevistas realizada pelo Bahia Notícias com os candidatos ao Palácio de Ondina, em 2018. De acordo com a justificativa oficial, o petista teve problemas para encaixar a entrevista na programação de campanha. É algo possível. Diante de um estado com 417 municípios, responder a perguntas feitas pelos veículos de comunicação talvez não seja o foco de um candidato franco favorito à reeleição.

Eis que, no entanto, é preciso ponderar que a não participação de Rui em momentos em que a imprensa pode questionar suas propostas e projetos pode ser uma aposta arriscada em uma eleição cuja força das redes sociais ainda não foi integralmente testada. Em duas semanas, o petista faltou duas entrevistas e também optou por não participar do debate da Rádio Sociedade.

Infelizmente, é impossível não traçar paralelos com a última campanha de reeleição disponível, do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Em 2016, mesmo tendo concentrando todo o favoritismo de estar com a máquina, o gestor da capital baiana participou da maioria das entrevistas e debates realizados pelos veículos de comunicação. Enquanto ACM Neto consegue ser mais empático com a imprensa – mesmo tendo rompantes pouco educados quando as perguntas desagradam -, Rui Costa prefere não responder quando o assunto não é de seu feitio. E, ao longo da atual campanha, tal característica parece estar ficando em evidência.

Tal postura deve ser acompanhada de perto pela equipe de campanha. Além de desgastar o candidato com perguntas não respondidas – no caso do Bahia Notícias, por exemplo, foi a nota mais lida do dia -, Rui perde uma boa oportunidade de ser confrontado com temas que são caros ao governo e que afetam o dia-a-dia da população. E aqui não é uma questão de supervalorização da imprensa. É apenas a constatação de que o papel dela na democracia é importante e que, na condição de candidato, o governador poderia se assumir como tal e ficar disponível para rebater críticas e defender o próprio legado.

Durante o debate da Rádio Sociedade, na última semana, sobraram críticas dos adversários à ausência do governador. Faz parte, inclusive, da estratégia de desconstrução da imagem pública de acessível, mesmo que Rui invista no contato direto com o eleitor, vide as sucessivas estratégias de redes sociais, com o uso de transmissões ao vivo, por exemplo. No entanto, os concorrentes do petista tentam colar a pecha de soberba que, sem a devida resposta, pode acabar se sobrepondo a qualquer ação positiva realizada pela equipe de marketing.

Como se sabe, excesso de autoconfiança numa campanha eleitoral pode atrapalhar mais do que ajudar. O entorno de Rui é extremamente profissional e, possivelmente, está medindo milimetricamente as ações durante o processo eleitoral. Porém não custa ressaltar que a imprensa, ainda que tenha o perfil de ser oposição a quem está no poder, é um mal necessário à democracia.

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