O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), esteve em Salvador no último fim de semana e teve uma agenda cheia de reuniões com políticos baianos e entrevistas à imprensa. Após se reunir com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, o tucano elogiou o ex-gestor baiano, defendeu o diálogo com diferentes partidos e criticou a polarização do país.
“Você tem que sentar à mesa para dialogar, com a capacidade de entender, apoiar se for o caso também. Não é monólogo. Diálogo significa duas partes. Se você vai com a composição pré-definida, não tem conversa. Humildade é importante. Agora tudo indica que o PSDB deva ser novamente protagonista, ao que se apresenta até o momento. Mas, se houver reconhecidamente outra candidatura que melhor consiga reunir e que melhor consiga congregar, como vê a convergência, há que se ter a humildade de reconhecer que não se trata de um projeto pessoal”, disse.
“Eu tenho muita identidade com ACM Neto, acho que ele é, na política, é uma referência na capacidade de conciliar habilidade política, articulação política com gestão. Isso é bastante importante, é visível, na medida em que a sua reeleição foi com expressiva votação aqui em Salvador, a eleição de seu sucessor também”, acrescentou.
De acordo com Leite, a polarização Lula-Bolsonaro prejudica o Brasil. “Não esperem de mim estar na política feita contra Lula ou contra Bolsonaro. Se é para ser do contra, tem que ser contra a miséria, contra o desemprego, contra a inflação que está aí corroendo o poder de compra, especialmente da população mais pobre. Justamente quando o preço do gás atinge 10% do salário mínimo, R$100. O Brasil está consumindo capacidade de compra da população e, ao invés de fazer política contra os problemas, a gente faz política contra outras pessoas”, pontuou. “A preocupação da população é se a vacina vai chegar até o seu braço e no braço dos seus familiares. Se vai ter um emprego no dia seguinte para continuar botando comida na mesa, e quem não tem emprego como é que vai colocar comida na mesa para a família”, apontou.
Sobre o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, o tucano afirmou que esse não seria o melhor momento para que o Congresso aprovasse um aumento: “Não está certo, no momento que você tem desemprego em alta, empresas que quebram em função da crise. Você tem inflação, aumento dos preços para a população, haver aumento do fundo eleitoral”.