Caetano Veloso recebe prêmio da União Brasileira de Compositores
O cantor e compositor baiano Caetano Veloso recebeu o Prêmio UBC no palco da União Brasileira de Compositores, no Rio de Janeiro. A honraria aconteceu na terça-feira, 5, numa cerimônia para 400 convidados, em sua maioria, compositores e artistas. Na ocasião, foi exibido um vídeo com um resumo da carreira de Caetano até a entrada da anfitriã do evento, a atriz Mariana Ximenes, que recitou versos de músicas como “Língua” e “O Quereres”. A primeira convidada foi a cantora e presidente da UBC, Paula Lima, que cantou o samba “Festa Imodesta”, composto por Caetano Veloso para Chico Buarque. O amigo Gilberto Gil também esteve presente e cantou “Coração Vagabundo”. Representando a nova geração, Ferrugem interpretou a canção “Você é linda”. Já Luísa Sonza ficou com “Não me arrependo”, enquanto João Gomes fez “Oração ao Tempo”. Giulia Be emocionou o próprio Caetano ao reviver o trajeto impressionista de “London London”. Após a entrega do Prêmio do Compositor Brasileiro ao homenageado, a festa se encerrou com o canto coletivo de “Odara”.
Margareth Menezes toma posse na Academia Brasileira de Cultura
Em cerimônia realizada na noite desta terça-feira (14) no campus da Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, tomou posse como imortal da Academia Brasileira de Cultura (ABC). No evento, 13 artistas e personalidades foram admitidos na entidade. “Trago comigo todas as mulheres que fortalecem as expressões artísticas no Brasil, em especial as mulheres negras. Saúdo e celebro minhas ancestrais. Saúdo e celebro a patronesse da minha cadeira, Emilinha Borba, uma das maiores intérpretes da música brasileira da era do rádio. E a magnífica ocupante anterior, Elza Soares, ícone da música brasileira, uma das maiores artistas do mundo. Quero celebrar hoje a vida dessas duas grandes representantes da cultura brasileira”, afirmou a ministra em discurso. E completou: “É uma honra e uma alegria estar ao lado de pessoas tão importantes, com um imenso compromisso com a cultura de nosso país e com a valorização de nossa rica memória cultural”. A lista de novos acadêmicos inclui ainda a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, Alcione, Daniela Mercury, Gloria Pires, Conceição Evaristo, Viviane Mosé, Liniker, Juma Xipaia, José Luiz Ribeiro, Antenor Neto, Luana Xavier e Vanessa Giácomo. “Antes, a gente não imaginava que pudesse chegar a cursar ensino superior numa academia, numa universidade. E hoje já podemos sonhar com indígenas sendo reitoras, reitores, professores. E é para isso que a gente luta”, declarou Sonia Guajajara. Em sua fala, Gloria Pires destacou o papel dos artistas e da cultura. “É uma honra inimaginável estar hoje aqui fazendo parte deste grupo diverso de talentos e lideranças que me inspiram e ativam as melhores memórias e emoções surpreendentes como somente a cultura faz”, comentou. Por sua vez, Daniela Mercury lembrou o patrono da cadeira que ela passou a ocupar, “o extraordinário Gonzaguinha, artista por quem tenho identificação e admiração por suas posturas políticas. Sua obra marca a música popular brasileira”.
Casa Memorial Régis Pacheco resguarda memória política de Vitória da Conquista
Construída na segunda década do século 20, por ordem do coronel João Fernandes de Oliveira Santos que depois a deu de presente ao genro, Régis Pacheco, quando este se casou com sua filha, Enerina, a Casa Régis abriga, desde abril de 2007, o Memorial Governador Régis Pacheco. Em estilo neoclássico, o espaço, tombado por força do decreto nº 8.596/96, resguarda parte da memória política do município de Vitória da Conquista, tanto pela trajetória política do ilustre morador, já que o médico Régis Pacheco exerceu mandatos como prefeito de Vitória da Conquista, deputado federal e governador da Bahia, quanto por abrigar quadros de autoria do artista plástico Orlando Celino, que retratam todos os intendentes e prefeitos que já ocuparam o cargo de chefe do executivo no município. Quem adentra as portas do casarão, localizado na Praça Tancredo Neves, antigo Jardim das Borboletas, também volta no tempo ao contemplar parte do mobiliário pertencente à família de Régis Pacheco e obras dos artistas J. Murilo, Adilson Santos, Sílvio Jésse, José Lima e Dão Barros que retratam, entre outras coisas, cenas do cotidiano da cidade, além de escritos da professora conquistense Heleusa Câmara. Espaço vivo, o Memorial abriga, ao longo do ano, exposições, saraus, lançamentos de livros, mostras de cinema, apresentações teatrais e musicais, entre outras atividades artísticas. O assessor da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel), Marley Vital, lembrou que no espaço também são realizados encontros para debates de políticas culturais, cineclube e oficinas, sediando também as reuniões do Conselho Municipal de Cultura. Ainda segundo Marley, cerca de 60 mil pessoas já visitaram o Memorial Régis. “No período natalino, no qual são realizados os festejos na cidade, e no Natal Conquista de Luz, que atrai turistas de todos os lugares do país, a casa tem maior visitação e já chegamos a registrar 10 mil pessoas em 15 dias”, completou. Para continuar preservando o acervo existente no local, a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer prevê realizar nos próximos meses uma nova reforma do Memorial. Além de recursos próprios, serão investidos recursos federais oriundos da Lei Paulo Gustavo. Sobre Régis Pacheco Nascido no município baiano de Santo Amaro da Purificação em 25 de novembro de 1895, Luiz Régis Pacheco Pereira formou-se médico na Faculdade de Medicina da Bahia em 1919. Ainda na faculdade, começou a trabalhar no Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e Varíola, de Salvador e, em 1920, foi nomeado pelo governador da Bahia para combater um surto de varíola em Vitória da Conquista. Posteriormente se envolveu em política e exerceu mandatos como vereador (1934-1937) e prefeito de Vitória da Conquista (1942-1945). Também foi deputado federal e eleito governador do estado para o período de 1951 a 1955. Faleceu em Salvador no dia 17 de julho de 1987, aos 92 anos.
Ministra Margareth Menezes se reúne com Ângela Basset e Viola Davis em encontro histórico
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, compartilhou nesta quinta-feira (02) os registros de um encontro emocionante que teve com Angela Bassett, Viola Davis e Taís Araújo durante o jantar de estreia do Festival Liberatum, em Salvador. No post, Margareth expressou sua emoção diante desse momento significativo em sua trajetória como mulher negra baiana, artista, gestora cultural e Ministra da Cultura do Brasil. O jantar aconteceu em um hotel no Centro Histórico de Salvador. Margareth também destacou que esse encontro representa um marco na cultura baiana, afirmando que algo está mudando e que haverá novos capítulos a serem contados nesse grande movimento. O Festival Liberatum é um evento que exalta a contribuição cultural afro-brasileira e conta com a participação de diversas personalidades, como Viola Davis, Rossy de Palma, Bruno Gagliasso, Angela Bassett e Margareth Menezes. Durante sua estadia em Salvador, Viola Davis também teve a oportunidade de se encontrar com João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Palmares. A presença dessas renomadas figuras do cinema e da cultura no festival fortalece ainda mais sua importância e relevância para a cena cultural brasileira.
Cidade da Música da Bahia vence prêmio internacional
A Cidade da Música da Bahia é a vencedora do prêmio internacional “Music Cities Awards”, na categoria “Best Music Tourism Iniciative”, melhor iniciativa de turismo musical, em tradução livre. Em cerimônia realizada na quarta-feira (18) em Huntsville, Alabama, nos Estados Unidos, o equipamento cultural da Prefeitura de Salvador foi descrito como um espaço de “imersão na rica história e produção musical de Salvador”. O “Music Cities Awards” tem o objetivo de reconhecer e premiar aplicações musicais de destaque no âmbito econômico, social e de desenvolvimento cultural em cidades do mundo. O equipamento cultural disputou o prêmio com o projeto multimídia “Beyond Bourke Street: Melbourne Buskers in the Digital World”, na Austrália, e com o “Festival Pirineos Sur”, realizado na Espanha. A candidatura da Cidade da Música se desenvolveu através da inscrição feita pelo Escritório de Cooperação Internacional (ECI), vinculado ao Gabinete da Vice-Prefeitura (GABVP), em diálogo com a Coordenadoria de Economia da Cultura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). O prêmio confirma o objetivo do equipamento no incentivo à diplomacia do som e mobilização de vários entes sociais para temas como turismo, educação, saúde e bem-estar, sustentabilidade e inovação digital, além da cultura. Inaugurada em 2021, a Cidade da Música da Bahia é referência no âmbito de pesquisas e preservação do patrimônio imaterial, que é a música. O prefeito Bruno Reis salientou que o prêmio é o reconhecimento pelo esforço realizado nos últimos anos pela gestão municipal nas áreas da cultura e turismo, buscando projetar ainda mais a capital baiana no cenário nacional e internacional. “Além disso, é uma forma de valorizar uma das nossas principais características, que é a música, e as pessoas que fazem parte desse cenário. Não à toa, possuímos o título de Cidade da Música pela Unesco. Estamos muito felizes com essa premiação”, pontuou o gestor. A vice-prefeita Ana Paula Matos destacou as oportunidades de profissionalização que a Cidade da Música possibilita, com os empregos gerados para jovens e o estúdio profissional gratuito disponibilizado para quem não tem condições de gravar. “Fortalecemos ainda mais nossa cultura tão rica e promovemos o desenvolvimento social e econômico na capital baiana”, declarou. Para a diretora de Cultura de Salvador, Maylla Pita, este reconhecimento reafirma o potencial de criatividade, inovação e, principalmente, a vocação musical da cidade de Salvador. “O Prêmio nos mostra que estamos no caminho certo, que o que fazemos aqui em Salvador, através da nossa música, produz sentido e nos identifica em todo o mundo. Celebrar este prêmio é essencial, e seguir investindo na nossa memória e no potencial musical da nossa cidade, é o nosso dever enquanto poder público”, afirmou. Investimento e marcos alcançados – Somente para a recuperação do Casarão dos Azulejos Azuis, onde foi instalada a Cidade da Música da Bahia, o investimento total de R$19,2 milhões, sendo R$11 milhões provenientes de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbanística de Salvador (Proquali), com intermediação da Casa Civil, e obras executadas pela Superintendência de Obras Públicas (Sucop), vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra). Com 2 mil m² construídos, a estrutura possui três pavimentos e conta com a curadoria do antropólogo Antônio Risério para o acervo e a projeção visual do arquiteto e artista Gringo Cardia. O local conta com mais de 700 horas de conteúdos gravados, que perpassam os diversos ritmos característicos daqui, como o samba, MPB, rock, axé, pagode, rap, trap, arrocha, entre outros, além de destrinchar as expressões musicais de cada bairro. Com acervo tecnológico, o equipamento já recebeu cerca de 200 mil visitantes de todo o Brasil e do mundo – apenas neste ano de 2023 foram 60 mil, o que representa 30% de todas as visitas. Dentre os eventos já recebidos estão o Tambores em Cena, com o cantor e percussionista Wilson Café, palestra do percussionista Jorjão Bafafé e o lançamento do EP Aiace. As visitas vão desde grandes nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil, até escolas, ONGs, instituições de caridade e grupos culturais. A Cidade da Música da Bahia funciona de terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada permitida até as 17h. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia). Residentes de Salvador que apresentarem comprovante pagam meia entrada todos os dias. Alimentos e bebidas são proibidos durante a permanência no local.
Setor cultural recebe R$ 150 milhões em editais da Lei Paulo Gustavo na Bahia
O Governo da Bahia lançou oficialmente, nesta quarta-feira (27), os editais da Lei Paulo Gustavo Bahia (PGBA). Os editais vão destinar R$ 150 milhões para fomentar mais de dois mil projetos culturais em todos os 27 territórios de identidade do estado. O lançamento oficial foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), acompanhado do secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, em evento realizado no Colégio Estadual de Tempo Integral São Daniel Comboni, no bairro de Sussuarana, na capital. Os editais da PGBA reservam 50% das vagas para pessoas negras e 10%, para indígenas. As inscrições se iniciaram nesta terça-feira (26) e podem ser feitas até o próximo dia 25 de outubro, pelo site da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Diferentes áreas e segmentos culturais, como artes visuais, audiovisual, circo, cultura popular, dança, literatura, música e teatro serão contemplados. Jerônimo destacou a importância da lei para o fortalecimento da cultura baiana e para a recuperação econômica do setor, que foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19. “Um dos objetivos deste recurso é fazer uma compensação pelo que foi perdido na pandemia, período em que o setor cultural padeceu muito e ficou impossibilitado de ganhar dinheiro. Queremos que todos acessem esses recursos dos editais, inclusive os que nunca acessaram”, pontuou Jerônimo ao enfatizar as ações de inclusão previstas no edital da PGBA. Já Bruno Monteiro ressaltou a diversidade e a abrangência dos editais, que buscam atender às demandas e às especificidades dos diferentes territórios e segmentos culturais. “É o maior investimento da história da cultura. E vem para fortalecer os nossos fazeres culturais como um todo. Tivemos uma preocupação ao longo de todo esse processo de fazer um amplo e democrático processo de escuta pública para a construção desses editais. Para justamente contemplar o conjunto dos nossos fazeres culturais, e incluir cultura popular, a cultura que acontece nos bairros, nas periferias e nos nossos interiores”, disse. Antes do lançamento oficial do edital, grupos culturais locais realizaram apresentações de diversas linguagens artísticas. O vice-governador, Geraldo Júnior, e as secretárias Elisangela Araújo (SPM) e ngela Guimarães (Sepromi) também participaram do ato ao lado de gestores culturais. A LEI Nomeada em homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que morreu de Covid-19, em 2022, a Lei Paulo Gustavo (LPG) foi regulamentada em um ato com o presidente Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes, em maio de 2023, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. A Bahia foi o primeiro estado a aprovar o plano de ação junto ao Ministério da Cultura e fez consultas públicas e cursos de formação para criar os editais. ACESSO O Governo do Estado realizou várias ações para facilitar o acesso aos benefícios da lei. Foram feitas 64 oficinas com representantes territoriais de cultura, alcançando 189 municípios e 4.495 agentes culturais. Está prevista também uma formação online com intérpretes de libras. As inscrições de projetos estão abertas até o próximo dia 25 de outubro. O resultado final será publicado 26 dias após o fim das inscrições. Os agentes de cultura receberão os recursos até 31 de dezembro de 2023 e terão 12 meses para executar a proposta. INCLUSÃO Os editais da PGBA buscam promover a inclusão e a diversidade na cultura baiana, por meio de cotas e pontuações que favorecem projetos de grupos sociais vulneráveis ou minoritários. Além disso, serão estimulados projetos que tenham como público pessoas ou espaços em situação de risco, ou exclusão social. Os interessados em participar dos editais da PGBA devem acessar o site cultura.ba.gov.br. Podem se inscrever Pessoa física maior de dezoito anos, Microempreendedor Individual (MEI), pessoa jurídica com fins lucrativos, pessoa jurídica sem fins lucrativos e coletivo/grupo sem CNPJ representado por pessoa física.