Aconteceu no dia 10 de Maio de 2024, o Encontro Territorial de Cultura do Médio Sudoeste da Bahia, na cidade de Maiquinique, onde foi apresentado e entregue pelo Conselho Setorial do Povos o Originarios a CARTA MANIFESTO ÉTNICO DOS POVOS ORIGINÁRIOS N´BORÉ/YMBORÉ, KAMAKÃ/MONGÓIO E PATAXÓ DO TERRITORIO MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA, constituída pela representação das lideranças dos Povos Originários Remanescentes, Pesquisadores, Antropologos, Politicos, Professores e Ativistas da Cultura do Teritorio. Que como manifesto reivindica o reconhecimento dessas etnias no território pelo Estado da Bahia e solicita a fundação e instalação de um Museu dos Povos Originarios e Comunidades Tradicionais e de Terreiros, e um Centro de Culturas Populares e Identitárias, que é responsável pelo fomento e promoção das manifestações culturais populares que fortalecem a identidade da Bahia. As políticas do CCPI orientam-se de acordo com o alinhamento do Governo do Estado ao pensamento contemporâneo da Unesco e do Ministério da Cultura, de promover políticas públicas voltadas para as culturas populares e de identidades – da cultura do sertão, de matrizes africanas, ciganas e indígenas, LGBTQ+, infância e idosos e a implantação de Educação Escolar Indigena, na perspectiva do compasso da educação intercultural no Territorio Médio Sudoeste. Esteve presente Gabriel Ferraz (Cientista Politico e Professor Ms. Em Desenvolvimento Social), Luciano di Maria (Pesquisador dos Povos Originarios de Comunidades Tradicionais e Professor), Miller Ferraz (Antropologo e Produtor Cultural) e Valdeique Oliveira (Representante da Câmara Técnica de Cultura do Territorio Médio Sudoeste, Produtor e Ativista Cultural).
Trecho do Manifesto:
“Esta Carta Manifesto Étnico tem como objetivo apresentar e afirmar a presença dos Povos Originários N´boré/Ymboré, Kamakã/Mongóio e Pataxó que viviam e transitaram pela bacia do Rio Pardo, atual território de identidade Médio Sudoeste da Bahia, por meio de seus remanescentes existentes na contemporaneidade no nosso território. Sua finalidade é romper com o discurso preconceituoso em relação aos Povos Originários da bacia do Rio Pardo, com vista ao seu reconhecimento e valorização.
Considerando o massacre e quase extermínio dos povos originários durante a invasão e ocupação do Sertão da Ressaca pelos brancos colonizadores e a perversa politica de ocultação e invisibilização social e cultural da contribuição dos povos originários no processo civilizatório do vale do Rio Pardo, reinvindicamos a partir do reconhecimento de nossa presente existência no território, politicas publicas eficazes como mecanismo de reificação da identidade cultural.
Os contributos dos povos originários nas praticas, usos e costumes da nossa cultura expressam a diversidade multifacetada da cultura territorial, na perspectiva das cosmovisões interculturalmente entrelaçadas dos povos originários e tradicionais que participam da construção de uma cultura singular, particular, que caracteriza o Território Médio Sudoeste.
As etnias e identidades desses remanescentes permanecem vivas há centenas de gerações, sendo suas tradições, ritos, contos, agricultura, festejos, linguagens e demais práticas culturais mantidas com muita resistência. A motivação manifesta é a preservação, mobilização, materialização e educação intercultural. Constituir um campo de ações e iniciativas de preservação, mobilização, educação e outras atraladas às politicas públicas.”