O empresário Marcelo Odebrecht reafirmou seus termos de delação premiada perante o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. O delator foi interrogado em ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht para o ex-presidente Lula. O petista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a Odebrecht e a Petrobrás. O Ministério Público Federal aponta que propinas pagas pela empreiteira chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal. Este montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil. Marcelo Odebrecht contou ao juiz Moro que, no primeiro semestre de 2010 – quando Lula era presidente -, combinou com o ex-ministro Antonio Palocci que haveria ‘uma conta para atender’ o petista. O empreiteiro citou o ex-presidente Fernando Henrique, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e outro delator da Odebrecht Alexandrino Alencar. “A ideia inicial nossa era que esse valor fosse doado ao Instituto nos moldes que Fernando Henrique e a gente não se preocupasse mais com esse assunto (…) diminuindo a exposição. Mas isso acabou não ocorrendo até porque, aí eu tive algumas conversas com Paulo Okamotto sobre esse assunto, acho que meu pai esteve com Lula, Alexandrino também esteve, eu, inclusive, Palocci concordava comigo, eu ia nele, ele tentava, não conseguia, que era no sentido de seguinte: o Instituto estava incomodado de ficar, de estruturar para receber a doação, como o Fernando Henrique fez”, narrou. “Não resolveu e começou a vir uns pedidos que teriam que ser feito de modo não contabilizados, aí começou, começou pedido do Instituto Lula, começou o terreno, começou a vir um pedido por exemplo que foi feito doações para o Instituto Lula 4 milhões. Essa forma é que eu sei que o Lula foi beneficiado.”