O presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que acredita na permanência de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, apesar das divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o auxiliar. Segundo Maia, como Bolsonaro veio das Forças Armadas, ele sabe que “no meio da guerra, mudar o general quatro estrelas não é o melhor momento”, porque teria que modificar toda a estrutura e isso levaria entre dois e três meses. O presidente da Câmara vê sinais de melhora no relacionamento entre o ministro e o presidente.
“O Bolsonaro é um cara que gosta de fazer frases e mandar recados, mas foi ele quem nomeou o Mandetta e conhecia as suas qualidades. Ele disse que, na guerra, de forma nenhuma ia mandar embora o ministro. Fico com essa frase para crer na manutenção do Mandetta”, afirmou o deputado, em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.
Na segunda-feira passada, em meio a rumores de que seria demitido, Mandetta se reuniu com Bolsonaro e, depois, em entrevista coletiva, disse que permaneceria no cargo. Na ocasião, pediu “paz” para chefiar a pasta e, sem citar diretamente o presidente, reclamou de críticas que, em sua visão, criam dificuldades para o seu trabalho. Na quarta-feira, os dois voltaram a se reunir. De acordo com um auxiliar do presidente, Bolsonaro e Mandetta estão “acertando os pontos para seguir em frente”.
Anteontem, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) defenderam a demissão de Mandetta. Em conversa divulgada pela CNN Brasil, Onyx diz que não fala com Mandetta há dois meses e que, se estivesse na cadeira do presidente Jair Bolsonaro, teria “cortado a cabeça” dele após a reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira.
Na mesma entrevista, Maia também elogiou o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. “É um quadro de grande qualidade”.