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Eliana Calmon diz ser natural diálogo entre Moro e Dallagnol

 

A jurista baiana Eliana Calmon, primeira mulher a compor o Superior Tribunal de Justiça (STJ), classificou como “armadilhas” as denúncias publicadas pelo site “The Intercept Brasil” contra membros da Operação Lava Jato – incluindo o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol. A magistrada enviou em uma lista privada de amigos nas redes sociais um breve comentário sobre o que achou das revelações. “Temos de ter calma e firmeza para vencer as armadilhas preparadas pelos que estão em desespero ao perderem o poder e estão sendo descobertos pela Justiça séria que comanda a Lava Jato. Nada há de suspeito ou ilegal nos diálogos haqueados [sic] criminosamente. Essa foi a técnica usada na Operação Mãos Limpas na Itália para desmoralizar os investigadores, depois de uma grande limpeza feita pela força tarefa”, escreveu Calmon.

E continuou: “Como resultado de tudo a corrupção continuou na Itália, surgindo como líder o Berlusconi, que dispensa comentários. Não se iludam, temos de vencer essa petralha ou nos entregamos à realidade vivida hoje pela Venezuela. Não podemos cometer o erro dos italianos e acreditar na campanha que começa a nascer, com um propósito definido: minar a Lava Jato. Vamos reagir com firmeza”.

Procurada pela Tribuna, Eliana Calmon comentou o caso. “Não vi nada demais nos diálogos. Eles querem criar um fato político para se dar bem e melar a votação da Reforma da Previdência. E, ao mesmo tempo, enfraquecer o governo que tem o apoio dos dois ministros mais poderosos, que é justamente o ministro da Economia e o da Justiça. Não vi nada demais. Eles nem inovaram, porque essa técnica foi usada na Operação Mãos Limpas”, avalia.

“Até vi uma frase de Millôr Fernandes que achei interessante: ‘No Brasil, a culpa não é do rato, é do queijo’. Se formos examinar as frases que foram usadas, vamos verificar exatamente que não houve nada demais nesses diálogos. É natural que o investigador converse com quem propõe a investigação, que é o ministério público, e converse também com àqueles que vão investigar, que é a polícia”, continua. 

Para a magistrada, “não é possível que um juiz não converse com o Ministério Público ou a polícia”. “Eu fui juíza, participei de diversas operações policiais graves, preocupantes e com autoridades. Conversava com o Ministério Publico, deferia e indeferia, conversava, argumentava, dizendo que não era possível ou então que era possível fazer aquilo que estavam pedindo. Nunca fui posta em xeque – e olha que fui combatida. É uma aproximação profissional”.

Lula solto em setembro

As revelações do “The Intercept Brasil” deram um novo fôlego para os filiados e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores, que agora possuem um novo argumento para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Eliana Calmon, o líder máximo do grupo petista deverá ser solto ainda este ano – mas não em decorrência das denúncias contra a Lava Jato.

“O Lula será solto a partir do momento que o Superior Tribunal de Justiça diminuiu a pena dele. E eles [os petistas] sabem disso. Lula será solto, talvez, antes de setembro. Solto pelas condições naturais dos julgamentos. Eles estão fazendo isso para dizer que o julgamento de Lula foi injusto e que Lula foi solto em decorrência disto. Isso é bom para quê? Para criar um fato político em nível internacional, porque internacionalmente eles já se prontificaram e uma divulgação de que esse julgamento foi político e nulo. E a soltura de Lula, que decorrerá de uma posição natural da Justiça, ficará parecendo que foi em decorrência de uma condenação injusta”, destaca.

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