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COVID-19: Cardiologista chama atenção para necessidade de acompanhamento médico durante a pandemia

 

Em tempos de isolamento social e medidas restritivas de prevenção ao novo coronavírus, o médico cardiologista Felipe Simão faz um alerta para as pessoas que sofrem de doenças do coração, os chamados cardiopatas: procurem seus médicos e, se possível, façam exercícios em casa.

Ex-presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), Simão também destaca o aparecimento de casos de mortalidade oculta, que é quando a causa da morte passa a ser atribuída ao novo coronavírus em detrimento a uma das diversas doenças de coração, uma vez que a cardiopatia é uma comorbidade associada às complicações provocadas pelo Covid-19.

O médico cardiologista conta que o alerta surgiu após uma videoconferência com outros cinco especialistas da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) para tratar da relação das doenças do coração com o novo coronavírus.  Uma das constatações do debate foi a ausência de acompanhamento médico diante das ações de combate a pandemia.

“Diante de tantas restrições e cuidados, os cardiopatas, em especial, e por várias razões, ficaram trancados dentro de casa e ao mesmo tempo relaxados em procurar ajuda para sua doença do coração. Por conta de toda essa situação, o paciente que tem pressão alta, diabetes, a doença coronariana, quando aparece, está em péssimas condições e muitas vezes em situação muito grave”, relata.

Simão cita que a SBC conta com uma ferramenta que contabiliza as mortes por dia, mês e ano, e no último mês, o cardiômetro registrou a morte de 1,1 mil cardiopatas. “E neste mês, até agora, os números são maiores e vem mostrando que a mortalidade pelas doenças do coração continuam aumentando”, afirma o médico, que precisou encaminhar quatro pacientes para cirurgia cardíaca de urgência desde que as portas dos consultórios médicos foram reabertas no início da semana.

O médico ressalta ainda a situação de mortalidade oculta gerada pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. “A insuficiência cardíaca tem sintomas parecidos como tosse e falta de ar, mas quando sai o laudo se atesta o coronavírus. Mesmo que o resultado dê negativo depois, o registro do óbito já está feito e não muda”, explica.

Além de uma visita ao consultório para uma conversa com o médico especialista, Simão recomenda a realização de exercício físicos neste período de isolamento social, com medidas restritivas para a prática de exercícios ao ar livre. “O exercício é uma das formas que o cardiopata tem como grande ajuda na sua recuperação. A medida que o indivíduo se torna sedentário, engorda, fica estressado por estar em casa, se torna mais obeso, aumenta pressão arterial, o açúcar no sangue, a instabilidade nas artérias levando a infartos, derrames cerebrais, e sendo ainda maior o risco se tiverem o coronavírus, por isso o exercício precisa ser estimulado e ser feito de alguma maneira”, afirma.

Simão destaca ainda o trabalho realizado pelo Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, como melhor serviço público de reabilitação cardíaca. “Os exercícios ao ar livre estão restritos pelas autoridades, devem ser respeitados, mas é preciso fazer exercício de alguma maneira dentro de casa. O doutor (médico cardiologista, que lidera movimento pró-atividades físicas) Artur Herdy está batendo firme nisso, estamos procurando através da SBC, abrir brechas e criar normas que sejam mais adequadas para preservarmos a saúde dos nossos cardiopatas”, finaliza.

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