Faltando ainda dois meses para a posse dos vereadores eleitos e reeleitos para a legislatura de 2025, as articulações para à presidência da Câmara Municipal de Vitória da Conquista seguem a todo vapor. Os nomes já estão sendo definidos, assim como os cargos que serão distribuídos para os apoiadores.
Nesta quarta-feira (3), o vereador reeleito Edjaime Rosa, Bibia, do União Brasil, já tinha revelado que a bancada de situação definiu o nome de Ivan Cordeiro, do Partido Liberal (PL), para ser o próximo presidente da Casa. Agora, se somam aos votos dos vereadores da bancada de situação, pelo menos mais dois votos dos vereadores da bancada de oposição. São eles: Ricardo Babão e Luciano Gomes, ambos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Ivan Cordeiro é o único vereador do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupa uma cadeira no legislativo conquistense. Além disso, o edil se intitula como conservador e principal representante do “bolsonarismo” na cidade. O vereador, que foi reeleito para o seu segundo mandato, poderá assumir a presidência da Câmara, pela primeira vez. Apesar de ideologias completamente diferentes, o vereador Ricardo Babão confirmou que tanto ele quanto o vereador Luciano Gomes vão apoiar a candidatura do vereador bolsonarista.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Sena, Babão defendeu uma Mesa Diretora Mista e unida. “A Câmara é independente, a gente sabe que cada um tem a sua ideologia diferente. Mas, a Câmara aqui tem que ter unidade, tem que ter uma mesa mista. Como Ivan colocou o nome e hoje tem a maioria dos votos, aí fomos convidados para fazer parte dessa chapa e aceitamos”, disse Babão.
Nas eleições municipais de 2024, o PCdoB reelegeu seus três vereadores. Apenas o vereador Drº Andreson Ribeiro não confirmou apoio para Ivan Cordeiro. Segundo Babão, tanto ele quanto Luciano Gomes foram convidados para compor a chapa que disputará a presidência.
“Tem que ser uma Câmara unida, unificada para a gente continuar trabalhando por Vitória da Conquista. Não é o PCdoB apoiando o PL, mas sim, aqui na Câmara, fomos convidados por Ivan Cordeiro para fazer parte da chapa, eu e o Luciano Gomes, e aceitamos. Tenho certeza que se for o presidente, Ivan Cordeiro vai fazer uma boa gestão e estaremos aqui juntos para poder apoiar e fazer uma Câmara cada vez mais unida”, explicou Babão.
Logo após o resultado das eleições municipais, as discussões sobre as eleições para à presidência da Câmara Municipal já foram iniciadas. De acordo com os bastidores da política conquistense, a urgência foi motivada devido ao imbróglio que vive a situação da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista para a legislatura de 2025.
Isso porque embora tenha conquistado 58,83% dos votos para a Prefeitura de Vitória da Conquista, a atual prefeita Sheila Lemos (União) ainda não pode ser considerada eleita. Isso porque a Justiça Eleitoral da Bahia a julgou inelegível, mas a candidata entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como o julgamento definitivo não ocorreu até o dia 6 de outubro, data da eleição em primeiro turno, os votos para Sheila estão “anulados sub judice”. Na prática, eles são desconsiderados até que o julgamento seja concluído. Sheila já enviou o processo para o TSE, mas ainda não foi julgado. Caso a decisão não saia antes do dia 1º de janeiro de 2025, é o presidente da Câmara que assume a Prefeitura.
Mas, para Babão, as conversas não foram adiantadas e não houve “pressa” para definir os apoios. E afirmou que como a bancada de oposição é minoria, não teria votos suficientes para eleger um candidato. “Não existe antecipação. Quando a Câmara ganha as eleições, já tem as articulações. Não é que Ivan já seja o candidato eleito. Mas, todo mundo faz as suas articulações. Tinha candidatura de Hermínio, tinha candidatura de Dudé, de Edvaldo Júnior e a gente também da oposição poderia entrar com um nome. Mas, a gente sabe que a oposição é minoria, ainda é minoria. Mas, uma oposição forte e justa e unida, com 11 votos. E eles têm uma situação com 12 votos e você sabe que um voto influencia”, declarou Babão.
Segundo Babão, durante a gestão da Casa, caso Ivan Cordeiro seja eleito, as ideologias políticas ficarão de lado com o objetivo de trabalhar pelo desenvolvimento da cidade. “Ideologia à parte, vamos pensar numa Câmara unida, uma Câmara que vem funcionando bem nessa legislatura. É tanto que retornaram, foram reeleitos mais de 70% dos vereadores. Então, foi uma Câmara que trabalhou, uma Câmara que deu estrutura para os vereadores”, disse.