O vereador de Salvador, Alfredo Mangueira, não descartou, ontem, a hipótese de deixar o MDB. O partido passou por um abalo político após a Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões em apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador. “Eu vou definir isso quando chegar a janela partidária. Por enquanto, não chegou e eu sou MDB. Mas quando chegar, eu vou ver a possibilidade de sair ou ficar. Vou fazer um estudo ainda quando chegar a época certa”, afirmou, em entrevista à Rádio Câmara Salvador. A janela partidária só abre agora em 2020, na eleição municipal.
Mangueira defendeu a punição ao aliado. “Se ele cometeu o erro, ele tem que pagar o erro dele. Se ele não cometesse o erro dele, ele estava aqui no meio da gente. Mas ele cometeu, tem que pagar. Cada um paga pelo que faz”, pontuou. Vereador há 27 anos, desde 1992, Mangueira afirmou que não deixa a Câmara de Salvador porque “o povo não quer”. “[Me perguntaram] por que o senhor não deixa para outros se candidatem? Eu disse: porque o povo não quer. O povo que me bota. Eu coloco meu nome e povo me elege”, declarou.
Na Casa, o emedebista apresentou uma proposta para impedir serviços de transporte por aplicativos, como Uber. No entanto, afirmou que vai votar a favor da proposta enviada pela Secretaria Municipal de Mobilidade de Urbana (Semob) que regulamenta a atividade na capital baiana. “Eu não tive problemas [contra a Uber]. Eu fui mal interpretado. Eu não queria que a Uber viesse para cá sem pagar imposto. Não sou contra o Uber. Agora, na regulamentação, estarei junto com [secretário] Fábio Mota. Os taxistas também são favoráveis, agora que venham pagando imposto”, disse, ao negar que seja dono de uma frota de táxi em Salvador. Sobre o candidato de seu partido ao Palácio do Planalto, o ex-ministro Henrique Meirelles, o vereador se mostrou contra. “Com as finanças é muito bom, mas politicamente não”, pontuou.